sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Meu último presente


Hoje foi um dia daqueles complicados em que as lágrimas saem sem você perceber, ai você finge que bocejou, que nada aconteceu lá fora, mas está um caco por dentro.

Hoje, eu estive me lembrando do meu último presente...

Era uma tarde de sol e meu coração batia a mil por hora, porque depois de tantos anos eu iria reencontrar o meu painho pela última vez. Quando eu pensava que seria a primeira de muitas. Entrei sozinha, meio sem jeito na UTI, e no primeiro passo não consegui conter as lágrimas, nem o nervosismo, minhas pernas, braços e tronco, enfim, meu corpo tremia todo e eu me curvava de nervoso. Era alegria e tristeza ao mesmo tempo, a alegria do reencontro e a tristeza de ter que ser daquele jeito. Parece que ele estava me esperando chegar para poder partir...

Em meio ao choro, eu falei: - Painho, sou eu, Eliana, se consegues me ouvir, aperta a minha mão!
E painho apertou, apertou com todas as forças que ele tinha, aquela força, sabe, de quando eu era criança e nós brincávamos de queda de braço...
Painho sabia que eu estava lá, sabia que eu nunca o esqueci, sabia que todas as vezes que deixamos de nos encontrar não foi porque eu quis.

Mas enfim, ele me deu um presente... Um presente que eu nunca vou esquecer, que estará guardado para sempre...

O seu sinal, o melhor aperto de mão da minha vida!